quarta-feira, 14 de abril de 2010

PERGUNTE PRA BIL: Existem preconceitos musicais no meio LGBT?

A música na meio LGBT!!! Eita coisinha complexa!

Muitos dizem sem pensar duas vezes que a preferência é BATIDÃO (e entendamos isso em todas as suas vertentes: techno, dance, trance, house, tribal, club, etc). Outros fazem questão de dizer que não gostam dos ambientes que rolam estas músicas, as tão conhecidas boates ou para muitos a Casa do Carão, e aderem às MPBs, aos ROCKs, SALSAS, CLÁSSICAS e por aí vai.

Entre barzinhos e pubs, shows e karaokes, boates e raves, uma coisa é certa: a música, nas suas diversas vertentes, é uma preferência não só para HTs mas para todos os LGBTS! 

Entretando, com tantos gostos, tantas críticas, tantos elogios, você acredita que:

EXISTE PRECONCEITO MUSICAL NO MEIO LGBT???





Gosta de ouvir música, ir ao teatro (principalmente dança), ver o tempo passar, viajar, estar em contato com a natureza, estar com as pessoas de quem gosta, ir ao cinema, mexer com coisas de laboratório.

Cássio Souza, 28 anos, é pisciano, estudande de farmácia e trabalha na área de turismo.

Existe preconceito musical no meio LGBT?

Falou em música, eu me sinto em casa, pois me considero como um melófago (que come música).

Para facilitar as coisas, listo algumas bandas e cantores que eu gosto de ouvir, relação retirada do meu perfil no Orkut: 

Aereogramme, Alanis Morissette, Alice in Chains, Alter Bridge, Apocalyptica, Avril, Björk, Bonobo, Buena Fe, Cassia Eller, Coil, Coldplay, Counting Crows, Creed, Dead Can Dance, Del Amitri, Death Cab For Cutie, Dirty Elegance, Divididos, Evanescence, Gotan Project, Guano Apes, Hevia, Hum, Imogen Heap, Incubus, Jaguares, Juanes, Kari Rueslåtten, Kings Of Convenience, La Ley, Lacuna Coil, Lauryn Hill, Lhasa, Lifehouse, Live, Loreena McKennitt, Maxwell, Nickelback, Nirvana, Orishas, Patricio Rey y Sus Redonditos de Ricota, Pearl Jam, P!nk, Placebo, Radiohead, Red Hot Chili Peppers, Regina Spektor, Rockabye Baby, Sarah Blasko, Sarah McLachlan, Seether, Shakira, Shivaree, Silverchair, Staind, Stereophonics, The Smashing Pumpkins, The String Quartet, The Wallflowers, Third Eye Blind, Tori Amos, Ultramariini, Värttinä, Yeah yeah yeahs e tantos outros grupos...

Se sentir falta de Madonnas, Ladies Gagas, Rihannas e afins, não está muito longe de entender qual a minha praia.
Acho que não é só em nosso meio que acontece o preconceito musical, lembro uma vez numa viagem, quando na tentativa de evitar que tivesse que ouvir o que normalmente tocam nas 13 horas que geralmente dura o nosso percurso, organizei um CD de músicas (basicamente MPB e rock nacional, como Marisa Monte, Adriana Calcanhoto e Capital Inicial) para tentar agradar a maioria. Não demorou muito até que começassem a reclamar que a música era parada demais e que dava sono. Encheram o saco até que o repertório fosse trocado, e sabe pelo que? Calcinha Preta. Fogo, né? Como já imaginava que isso pudesse acontecer, sempre que preparo a mala, incluo dois itens que julgo de primeira necessidade: um par de protetores auriculares e meu MP3 lotado das músicas que eu gosto.

Falando da nossa comunidade (como um amigo costuma definir o mundo gay) não muda muito o que costuma acontecer. Sair de carro com os amigos, nas boates e bares da vida o que rola são os bate-cabelo e funks baixaria, fazer o que? Quem sai na chuva é para se molhar, sem se sentir a garota do Fantástico, claro! Eu até me divirto e danço, mas ouvir essas coisas de boa vontade é mais difícil.  Ainda bem que existem várias tribos musicais e melhor ainda que exista o livre árbitro para congregar com qualquer delas, para que se possa ir a um showzinho de rock com os amigos heterossexuais, a um café onde uma amiga lésbica canta MPB ou ir a uma boate bombar com os “tuntistuns”.

Agora uma coisa que acho muito foda é quando, numa situação em que não se tem escolha, ser obrigado a ouvir o que não se quer. Graças aos novos modelos de celular e a falta de bom senso e respeito das pessoas, perdemos o direito de ler um livro ou tirar um cochilo no metrô ou ônibus, tudo porque uma criatura de Deus está tocando um RAP infeliz no seu ouvido. Lembro quando fui me despedir de um amigo no aeroporto de Guarulhos e no retorno para casa tinha um desses RAPeiros no coletivo, uma menina que estava perto dele perguntou a uma amiga se ela não tinha um fone para emprestar, e quando ela o entregou, a menina disse que era para emprestar para o cara do RAP e não pra ela, essa é das minhas!!!!!

Então minha gente, vamos ter um pouquinho mais de “desconfiômetro”! Para encerrar, voltando à história do carro, faço um pedido aos meus amigos que não curtem as minhas músicas. Rezem toda a noite psara que eu nunca tenha um carro e seja o “amigo da vez” numa saída porque não vai tocar o que toca nos seus carros, com certeza... E se reclamar fica na BR!!!! (piada interna e infame). RSRSRSRSRS



                                                                                                                                                                
Uirá Godoi tem 22 anos e é do signo de câncer.





Trabalha como designer de moda e gosta de fotografar e trabalhar em sua área.

Existe preconceito musical no meio LGBT?


Acho que não é bem um preconceito musical entre os gays e sim entre gerações!
Os jovens, tanto gays quanto héteros em grande parte nao gostam das
músicas que seus pais gostam (com exceção do Jean hehehehe).
Gays gostam de música eletrônica porque as raves eram 
despreconceituosas de todas as formas! 
Não é como um show de axé, onde se um gay for muito exêntrico e por exemplo flertar com um boy, ele pode acabar apanhando não só do boy como dos amigos do boy.

É por isso acho que os gays se adaptaram e tomaram o estilo de musica e festa para si!!












Estuda Relações Internacionais e gosta de sair, ouvir música e estudar línguas estrangeiras.

Paulo Victor, virginiano, 22 anos.

Existe preconceito musical no meio LGBT?

Já no início da adolescência, período onde nosso caráter é construído e quando estamos mais vulneráveis às influências vindas das mais diversas fontes, a música já começa a influenciar a nossa vida e muitos adolescentes a utilizam como forma de inserção na sociedade através de ‘’tribos’’, onde a música carregada de ideologias se seguidas fielmente podem direcionar a vida para caminhos diversos.

Para se ter noção de como a música influencia a nossa vida algumas pessoas mudam o seu jeito de vestir, de agir e pensar; Podemos citar um grupo que há alguns anos atrás era alvo de preconceito pelo seu jeito ‘’dark’’ de ser: os roqueiros. É possível saber que o ‘’cabra’’ gosta de rock a quilômetros de distancia, pelo seu cabelão e roupas pretas , muitos colares com cruzes , caveiras e outros símbolos. Antes vistos como loucos e satanistas, criticados e perseguidos pelas outras tribos, hoje os roqueiros saíram de cena para entrada dos famosos ‘’emos’’ e é neles que podemos ver como a música influencia as pessoas. É nesse estilo que podemos ver que a música pode influenciar na sua personalidade, quem conhece um emo sabe! E agora eles são alvo de muito preconceito, o diferente sempre sendo rechaçado pela sociedade. 

Quem nunca ouviu um forró, um axé, um funk e outros estilos tipicamente brasileiros? Agora vem a pergunta: quantos deles tinham uma história de amor vivida por dois homens?? A resposta é lógica: NENHUM ou QUASE NENHUM! Tirando alguns cantores engajados como Cazuza , Renato Russo e Cássía Eller, a música no Brasil está ligada ao modo de vida heterossexual do brasileiro, música esta ainda muito machista e que rebaixa o papel da mulher na sociedade.

Talvez a escolha da música eletrônica pelos gays seja aconteça pela falta de uma letra trazendo alguma ‘’obrigação do modo de ser’’ ou talvez pelo liberalismo trazido da Europa junto com o estilo. Porém atualmente estamos vendo uma explosão de cantores ‘’gays’’, não é que eles não existissem mas agora as letras de músicas e estilos estão mais diversas. Posso citar os americanos Jay Brennan e Colton Ford e o francês Christophe Willen que vieram em público na mídia para lançar musicas para gays...e já li reportagens até de rap gay!(legal de imaginar neh!)

Nada de novo para países culturalmente desenvolvidos, e não precisamos ir muito longe para ver, aqui no nosso lado em Buenos Aires, Argentina, os gays podem escolher que tipo de música querem ouvir e não são limitados ao que as pessoas classificam como musica tipicamente gay. Lá como em Paris existem clubes com os mais diversos tipos de música e você pode achar até engraçado ver dois homens dançando cumbia , um tipo de musica que chega perto do nosso forró. E para os que não sabem antigamente o tango só era dançado entre homens! (Pencas de Bafon!)

Aqui em Brasília a divulgação de outros estilos musicais pelas casas noturnas gays é quase inexistente, talvez por resistência da própria comunidade gay que acaba criando uma certa rivalidade entre os gays que escutam estilos diferentes, uns são mais cultos que outros, uns mais safados que outros.

Aí vai um conselho galera: Não importa para que você usa a música, seja pra dançar , refletir ou relaxar, o importante é saber que a música é a expressão de sua cultura é não podemos renegar os estilos diferentes...afinal ninguém é igual.

‘’A música é um insrumento poderoso que pode juntar ou separar pessoas’’



Geminiano de 24 anos gosta de criar, desenhar, estar em contato com cores, design, música e fotografia.

“Amo a arte e o dom de fazê-la.”

Marco Lucius é estudante de comunicação, ilustrador, estagiário da área de criação e um constante usuário de marketing pessoal.

Existe preconceito musical no meio LGBT?

No meio LGBT existe sim um preconceito musical, assim como em qualquer outro meio. Se formos relembrar, no início dos anos 90, os encontros ligados à música eletrônica traziam as idéias principais que eram defendidas pelos ravers, como o PLUR (peace, love, unity and respect - paz, amor, unidade e respeito), que se adequa à busca de algo novo. E foi em meio à música eletrônica que grande parte do meio LGBT se encontrou, pois se identificaram com o estilo musical. O público gay é muito cheio de energia e adora extravasar, e acredito que a música eletrônica é uma válvula de escape para toda essa energia.

Acredito que existe um momento para cada estilo.

O quee??? Você escuta pagode, axé, sertenejo??
Você dança o Rebolationn?

Agora eu te perguto: E daí?

Ser eclético não é falta de personalidade não! Acredito que é bem mais
fácil se socializar em qualquer ambiente se não existir um preconceito musical.

Já conheci pessoas que falavam mal "horrores" do Axé Music,
e viajaram pra Porto Seguro e dançaram até "Quebrar as pernas", pois o
lugar influencia. Você entra em outra vibração.

Acho que um ledo engano é acreditar que se é melhor ou mais inteligente
por escutar determinados estilos musicais, pois isso acaba criando uma rivalidade
que não leva a lugar algum. O que demonstra o que cada um de nós somos, não é o que escutamos, mas sim a forma como agimos.

A mudança no gosto musical também é natural com o passar do tempo, muitas vezes passamos a conhecer coisas novas e estilos novos justamente por estar em contato com um ambiente ao qual estamos vivendo no momento. É completamente normal mudar, e isso é gradativo.

Ter a mente aberta é sempre o melhor caminho para conhecer muitas coisas novas.
O preconceito trava a gente, seja ele qual for.






Rick Hudson, 23 anos, ariano
Arquiteto, fashionista, blogueiro, artista e não-alienado!
Adora baladas, música e vertentes da área de criação. Ama sua natureza, seus amigos e família.

“Uma opinião bem fundamentada é o seu maior legado”

Existe preconceito musical no meio LGBT?



Infelizmente existe sim! As roqueiras não veem conteúdo nas axezeiras; As baladeiras só enxergam a super ego das cults; As sertanejas se acham mais machos que as drags, e o vice-verça reina nessa história toda!

Galera, música é música!!Pra alguns é meio de sobrevivência, pra outros remédio, e pra mais alguns é afrodisíaca (mmmmm), mas no fim é música!

Quem disse que falar de sexo é não compor uma letra? Quem disse que berrar horrores no microfone não é cantar? Quem disse que bater leque e cabelon não é expressar-se?

Somos NÓS mesmos que dizemos isso todos os dias!Muitos inconscientemente!Outros com toda convicção! Sendo assim, fica fácil responder a estas pergunta ai em cima.

Temos sim o direito de não gostar de um estilo musical, mas temos o dever de respeitar quem gosta!

Nada de achar que sertanejo é coisa de caipira ignorante, afinal tenho certeza de que muitos de vocês que estão lendo este post,  tem descendentes que um dia foram caipiras!!!Então como é mesmo que dizem por aí, "filho de peixe , peixinho é?"...Acho que não!

Nada de achar que as bils baladeiras são fúteis e drogadas. Afinal, o fútil está nos olhos de quem vê!
E outra coisinha...afora as maconhas, cocaínas, ácidos e ecstasys da vida, CERVEJA e CIGARRO são drogas também tá queridinhas!!!E num mundo que consome tudo isso junto e misturado, pode soar meio hipócrita julgar alguém né?

Nada de achar que emos são bichinhas cachés (dentro do armário) afinal de contas quem foi a bonita aqui que já nasceu dando close na sala de parto?

Nada de achar que música lírica é coisa de gente chata e intelectual!!!Prestem atenção nos desenhos, novelas, toques de celular que todos os dias vemos e ouvimos. Com certeza boa parte deles tem um trechinho de uma ópera!!E aí, você também é chata?

Pois é galera, cada um na sua, todos na mesma, sempre curtindo um tuntistun, um xote agarradinho, um funk desce até o chão, uma longa valsa, ou o meu predileto, um leque em cima de um cubo!!!

Arrasem sempre porque a vida já é um close por si só!!!!


                                                                                                                                                                            











Roberto Raony é universitário, pisciano e tem 23 anos.

Estuda biologia e gosta de muito ler e debater, amar e ser amado, dar presentes e ser presente. Aprecia um bom papo com um leque variado de tipos de pessoas. Dançar, ir ao cinema, reunir-se com os amigos e ler um bom livro também lhe caem bem.

Amante de mato e bichos, incorrigível, gosta de fazer pesquisas em sua área e se aprofundar nos temas que discernem ao comportamento humano em geral.

O gosto pela música me parece inerente ao ser humano. Difícil é encontrar alguém que não se sinta envolvido, tocado ou motivado por alguma freqüência. Lembro-me bem de quando eu era um pré-aborrecentizinho e preenchia minhas tardes ao som de Katinguelê e Só Pra Contrariar. Colocava a freqüência sempre na 105 FM, e quando passava aquele sertanejo gostoso do Zezé de Camargo e Luciano eu não exitava: corria com minha fita K7 e gravava a música pela oitava vez. E quando passava “A Mina de fé” dos Morenos? Gente, eu ia ao completo êxtase! Parava qualquer coisa que estivesse fazendo, como se estivesse tocando o próprio Hino Nacional. O que foi? Você não tem passado negro? Oras...

Só a intenção de escrever esta coluna já revela em mim um preconceito que está arraigado desde que amadureci meu gosto pela música, ainda na adolescência. No meu caso absorvia as tendências sem nem saber ao certo do que eu gostava e porque eu gostava. Depois de trocar experiências (leia-se cd’s e Mp3’s) aprendi a selecionar o que me agradava, deixando de lado as tendências cafonas que me cercavam. E em se tratando de música você sempre irá torcer o nariz para aquele estilo que você não curte. Há um preconceito generalizado em se tratando do assunto, mas o processo é natural, e ocorre porque defendemos nosso gosto, nosso estilo.

Notamos facilmente o surgimento de várias tribos que têm em seu seio o comum gosto por algum estilo, e no meio gls não é diferente. É bem clara a preferência por ritmos como techno, trance, tribal e draghits. Dependendo da sua sensibilidade musical haverá uma distribuição geográfica nas baladas, e o encontro de pessoas que curtem a mesma música que você, no mesmo lugar.

Não disse nada novo, mas talvez ainda não paramos para analisar como a música nos influencia em nosso dia-a-dia, como ela nos une ou segrega, machuca ou vira hino de nossa vitória.






Ricardo Moura é servidor público e estudante de Direito. Pisciano de 28 anos é casado e adora cozinhar.






Sim existe, relatá-los aqui você teria que ter disponível 60.480 segundos para lê-los.


NADA MAIS...








Não deixem de enviar suas perguntas galera!!!
pencasdebafon@gmail.com

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